Breve Historial Sobre Todo o Mundo Canta

08-11-2010 15:06

 

I – Introdução

 

O Sr. José Francisco Monteiro Baptista “ZÉ KUBALA”, professor de música no Instituto Pedagógico, na Praia, em colaboração com o Sr. Manuel da Conceição Dias Fernandes “NEY FERNANDES”, foram os impulsionadores do 1º Concurso de Vozes Todo o Mundo Canta, devendo-se àquele tão nobre e feliz iniciativa, no campo cultural, bem como no surgimento de talentosos valores a posteriori”

 

Ano de 1982, uma grande moldura humana se desloca ao Parque 5 de Julho. Toda a atenção das pessoas e dos meios de comunicação encontram-se voltadas para o concurso «Todo o Mundo Canta».

A JAAC-CV (Juventude Africana Amilcar Cabral - Cabo Verde), organiza um dos maiores eventos da época para promover a nossa cultura, mais concretamente no ramo da música, evento esse que recebeu o nome «Concurso Todo Mundo Canta” e que mais não era do que uma grande maratona musical onde a pesquisa de vozes e procura de novos talentos eram uma constante.

 

Antecedentes:

 

O Sr. José Francisco Monteiro Baptista, acabara de chegar da República Socialista de Cuba, e, nesse país, terá sido, de uma maneira ou outra ,influenciado por uma cultura que é vivida de forma intensa e massiva. Lembremos, pois, que o Baptista encontrava-se nesse país estudando, numa Conservatória de Música. Tempos depois, procurou e sugeriu ao Ney Fernandes a realização de Concurso de Vozes, levando consigo o esboço do regulamento, o croqui da disposição do palco e do público, o cenário, etc, etc, projecto esse de pronto abraçado pelo Fernandes. Este teria sido procurado e sensibilizado uma vez que se encontrava à frente do conjunto musical CIMBODIANA ( junção das palavras Cimboa + Caboverdiana), por sinal detentor dos instrumentos da JAACV, outrora na posse do conjunto musical “PILON” que se desfizera, e era imprescindível o suporte musical, para a realização do concurso.

 

O Todo Mundo Canta».

 

A cultura é feita de histórias e também de memórias. Entendemos, com este trabalho, retratar o "TODO O MUNDO CANTA", fazendo incursões pelas diversas Sessões dos concursos que tiveram lugar, desde realização da Primeira Edição em 1982, até à última em 1989.

 

 II - O QUE VEM A SER O TODO MUNDO CANTA?

 

Todo o mundo canta que nasceu com o apoio da JAAC-CV e tinha por objectivo valorizar a nossa cultura na sua vertente musical. Apercebeu-se, já nesses anos idos, de que a nossa música era e é  significativamente rica e expressiva e que ocupava e ocupa um lugar de destaque no panorama cultural cabo-verdiano. Recheada de belas melodias que compõem as mornas, as criticas simuladas patenteadas nas coladeiras  os desaforos do funaná, a filosofia popular e o transe veiculados pelo batuku, desde que fossem genuinamente nossas e transmitissem o nosso quotidiano, a nossa vivência, os nossos amores e desamores, poderiam entrar para o concurso, dando-se contudo ênfase a qualidade da voz.

 

 Pode-se afirmar  que todo o "MUNDO CANTA"  foi uma expressão artística, que sem dúvida nenhuma se transformou numa grande festa popular, dando cor, vida e som a Cabo Verde e, muito em especial ao Parque 5 de Julho, na Cidade da Praia, local, onde se realizavam as Finais Nacionais, criando uma empatia grande entre os intérpretes e o público.

 

 

III – COMO PARTICIPAR NO CONCURSO?

 

Qualquer pessoa que se achasse com dote musical e capaz de enfrentar o público, cantando, poderia participar. O número de candidatos era muito elevado e estes eram seleccionados durante os ensaios, tendo-se em consideração a afinação, o compasso, e a entoação da voz, em pelo menos três tonalidades e sempre relativamente aos temas que propunham apresentar. Primeiro fazia-se as finais regionais em cada uma das ilhas, e só no fim é que os primeiros e segundos lugares vinham à Praia onde era realizada a grande Final Nacional. Cada concorrente tinha de ,por obrigatoriedade, levar duas musicas Cabo-verdianas, visto que, um dos objectivos que se propunha era a valorização da nossa música. O concurso estava também aberto à diáspora. A organização com o objectivo de facilitar a vida dos concorrentes, fazia calendários de ensaio, de acordo com a disponibilidade dos mesmos, isto porque os concorrentes tinham os seus empregos e as entidades patronais não colaboravam, muitas vezes, com o argumento de que o concurso e o trabalho nada tinham de comum.

 

IV – CLASSIFICAÇÃO?

 

O Júri era composto por 5 (cinco) elementos (pessoas ligadas ao mundo da música). No final da actuação de cada concorrente, cada elemento do Júri atribuía a sua pontuação e no fim da sessão seria eleito vencedor aquele que arrecadasse o maior número de pontos. Caso para dizer que, sendo assim, nesse concurso não havia lugar para favoritismos. Contudo, o grande público questionava que essa reunião para atribuição dos pontos aos concorrentes, pelo facto de ser feita de forma muito reservada, poderia propiciar a influência de um ou outro elemento do Júri na atribuição da pontuação.

 

 

V – O VENCEDOR

 

Para vencer, os candidatos tinham de se submeterem aos requisitos seguintes:

 

Apresentação (comportamento em palco, vestes e comunicação com o público);

Voz ( boa dicção, cantar e encantar, e afinação)

Ritmo e compasso

 Tema que de imediato fosse  considerado como sendo música cabo-verdiana pelo seu rítmo e andamento e que durante sua apresentação não se atrasasse nem se adiantasse no tempo

 

VI – CONJUNTO ACOMPANHANTE

 

Cimbodiana (Cimboa Caboverdiana) e Abel Djassy (Pioneiros) foram os conjuntos musicais que acompanhavam os concorrentes. Este último era tido como mais harmonioso, enquanto aquele era tido como um conjunto que tocava muito alto, tendo surgido daí a sugestão de que a cada concorrente devia-se dar a oportunidade de ter um conjunto acompanhante da sua preferência.

 

VII – HISTORIAL TODO MUNDO CANTA:

·        1982/83 –

 

·        1984 – Em saudação ao primeiro Congresso da JAAC-CV, organiza-se mais uma edição de Todo Mundo Canta com um número elevado de concorrentes ( 40 participantes). E se a Cidade da Praia por ser a Capital do país já era movimentada, ganhou um outro brilho, emprestando-se-lhe mais vida, mais luz e mais som. Neste ano Todo o Mundo Canta transformou-se numa grande festa popular no qual o público e os concorrentes estiveram à altura do espectáculo. Os concorrentes faziam de tudo para levarem músicas inéditas , já que serviam favorávelmente como factores de desempate  e muitos se viam obrigados a mentir quanto ao autor das músicas que levavam. Como exemplo disso, temos um artigo publicado a 13 de Março desse ano que dizia: «A melhor composição candidata aos 20.000$00 (vinte mil escudos) tem sido até agora apresentada por Arnaldo Lima «NATI» intitulada «Filosofia di Homi Negro». Consta que esse prémio não foi atribuído ao NATI, por se ter gerado ondas de dúvidas quanto ao seu autor. (Ney Fernandes ou NATI) ???

 Os vencedores de 1984 foram:

1º Lugar – para JOSE PEDRO DE ANDRADE ( São Vicente);

2º Lugar – para NATANIEL SIMAS ( Pedra Badejo); e

3º Lugar – para HENRIQUE RODRIGUES (Tarrafal).

         

Para  a JAAC – CV , citando o Jornal Voz Di Povo, o que importava era a mobilização da massa juvenil no evento, que movimentou no decurso das seis sessões, mais de 10 mil pessoas. Ademais o concurso contribuiu para o surgimento de jovens artistas, desmistificou-se a cultura musical, sem contar com os efeitos benéficos a nível social e de ocupação de tempo livre.

 

·        1985 – Enquadrado no programa da sexta Semana Juvenil, realizou-se mais um concurso Todo Mundo Canta. Nesse ano a sessão inaugural levou cerca de dois mil pessoas ao Parque 5 de Julho.

 

Os vencedores dessa fase foram:

1º Lugar – para JOSÉ TAVARES «DJOY» que passou para as meias finais mercê de uma musica inédita «Viagem para o Espaço»

 

Na fase regional o Sr. AGNELO GARCIA «TCHOPA KUL» arrebatou o 1º lugar com 49.5 pontos; em 2º lugar ficou a LOUISE FORTES, ganhando ambos o passaporte para a Final Nacional que viria a ter lugar a 27 de Maio desse ano.

A Final Nacional contou com uma grande moldura humana que assistiu calorosamente a um grande espectáculo cultural, tendo-se sagrado como a grande e digna vencedora a MARIA DA CONCEICÇÃO FONSECA «SÃOZINHA» representante da comunidade residente nos EUA

 

·        1986 – Esse ano o concurso de vozes Todo Mundo Canta, esteve consagrado em saudação  à VII Semana Nacional da Juventude, no âmbito do Ano Internacional da Paz e à II Conferência do Sector Urbano da Praia da JAAC-CV.

 

O inicio do concurso teve lugar a 1 de Março, com o público a corresponder positivamente logo na primeira fase.

 

A 8 de Março teve lugar mais uma sessão eliminatória, na qual o CARLOS EDUARDO LOPES «CALÚ BANA» classificou-se em 1º lugar com 225 pontos; em 2º lugar ficou o SILVINO MONTEIRO CARVALHO e em 3º lugar, JOSE HENRIQUE CABRAL.

 

É de se realçar que «CALÙ BANA» cantou, encantou e imitou , na perfeição, o nosso querido «BANA» facto que o ajudou muito, tendo arrancado do público aplausos intensos. 

 

A 12 de Março realizou-se a 5ª Sessão Eliminatória com o seguinte quadro classificativo:

 

1º Lugar – para ALCIDES TAVARES VEIGA (Achada Grande);

2º Lugar – para ANTÓNIO STEEVE ANDRADE  (Achada Grande); e

3º Lugar - para JOAQUIM LOPES.

 

Uma palavra de apreço ao concorrente ANTÓNIO STEEVE, que ficou em 2º lugar. Exemplo  exemplo claro de que determinadas limitações (invisual), não constituem ou, pelo menos não devem constituir, causas impeditivas para participação no mundo da arte e da cultura e granjear o apoio e admiração do público e merecer rasgados elogios e reconhecimento da comissão organizadora do evento.

 

No dia 20 de Março, realizou a segundo fase da 5ª Sessão Eliminatória tendo ficado em 1º lugar o MARIO RUI ALVES LOPES com 23.90 pontos e em 2º lugar o EDUMUNDO CARDOSO que somou 22.95 pontos.

 

O 1º lugar para a Finalíssima viria a ser conquistado pelo NATANIEL SIMAS com 23.15 pontos.

 

Nesse ano, mais uma vez, ficou bem claro que o concurso tinha por objectivo confesso, promoção de valores da nossa cultura musical, privilegiando a nossa música tradicional.

 

·        1987 – Enquadrado nas festividades da VIII Semana Nacional da Juventude, teve lugar a 25 de Março o inicio de uma série de eliminatórias da Edição do concurso Todo Mundo Canta. Caso raro e de realce, foi o facto de ter sido uma mulher de nome ALBERTINA LOPES «BITINA DE PAIOL» a arrebatar o 1º lugar, com grande mérito, numa das eliminatórias apesar de excelentes vozes que se perfilaram entre o sexo oposto.

 

A presença das mulheres no concurso, era diminuta derivado a estereótipos à volta desse sexo. Contudo, aos poucos a participação das mulheres foi tomando forma e começaram a dar sinais de quererem baralhar o favoritismo enquanto concorrentes. 

Em 2º lugar ficou o Edmundo Cardoso e em 3º lugar o Joel Cardoso, que granjeou grande admiração do público, pelo facto de ser o mais idoso dos concorrentes presente no palco até essa data.

 

A 5 de Julho desse mesmo ano realizou-se a Final Nacional do concurso Todo o Mundo Canta com a presença de JORGE NETO, CALÚ BANA, ALBERTINA LOPES, MARIO LUCIO e HENRIQUE RODRIGUES.

 

O 1º lugar coube a JORGE NETO que em representação da comunidade residente na Holanda, conseguiu somar 24.9 pontos; Em 2º lugar ficou o CALÚ BANA; em 3º, BETINA LOPES; e em 4º e último lugar HENRIQUE RODRIGUES.

 

·        1988 – Mais uma Edição do concurso de vozes Todo Mundo Canta em saudação ao IX Semana Nacional da Juventude em comemoração do III Congresso do PAICV. com o grande público a corresponder como habitualmente.

 

A sétima Edição segunda eliminatória teve como vencedores MARIO RUI ALVES LOPES e ANTÓNIO SEMEDO respectivamente, 1º e 2º lugares, com apresentação das músicas «Bela e Dia Dja Manchi» e « Mulata Mansa e Cartinha de Holanda».

 

A Final Nacional ditou como vencedor o SILVINO CARVALHO, que recebeu como prémio 30.000$00 (trinta mil escudos) e uma viagem a qualquer uma das ilhas de Cabo Verde, prémio que o galardoado considerou, na altura, insignificante. Nessa noite a arena do Parque 5 de Julho estava superlotada, e foi considerada uma noite romântica inolvidável, uma vez que o público foi presenteado com treze mornas.

 

·        1989 – Em saudação ao II Congresso da JAAC-CV, decorreu a VIII Edição do concurso de vozes Todo Mundo Canta. O público, mais uma vez acorreu em grande número ao Parque 5 de Julho tendo os concorrentes sido acompanhados pelo conjunto Abel Djassy. O primeiro lugar da primeira eliminatória coube a IBRALTINO COSTA.

 

 

A segunda eliminatória coube a CARLOS EDUARDO LOPES «CALÚ BANA» que triunfou perante 8 candidatos, com um total de 22.5 pontos, obtendo, assim, passaporte para as meias finais. Salienta-se a presença do TADEU FONTES «SANA PAPERS», a surpresa da noite, que ao interpretar 2 composições da sua autoria (BO KA TEM VERGONHA e MARIA HELENA) fez vibrar o recinto do Parque 5 de Julho. Segundo o público o SANA PAPERS era um espectáculo dentro do espectáculo, já que conseguia animar as noites do concurso Todo o Mundo Canta, pondo a plateia em polvorosa.

 

A terceira e quarta eliminatórias, tiveram como vencedores ALBERTINO NASCIMENTO e MÁRIO HORTA MOREIRA, não obstante controvérsias entre o público e o júri.

 

Finda a fase das eliminatórias, seis concorrentes passaram as meias finais. De destacar as actuações do ESTEEVE e LUCIANO CANUTO, sobretudo, aquele primeiro que conseguiu granjear grande admiração e aplausos do público com a interpretação (BIDA DI GOSSI e DJINDJE). Apuraram-se para a fase seguinte o ESTEEVE em 1º lugar; IBRALTINO COSTA em 2º lugar; e ANTÓNIO LOPES MARTINS em 3º lugar. A Final Nacional viria a realizar-se com concorrentes das ilhas do Fogo, São Nicolau, São Vicente, Sal e Santiago.

 

 O CALÚ BANA, em mais uma edição da Final Nacional sagrou-se vencedor. O aludido concorrente jovem e «veterano» nessas andanças de Todo Mundo Canta, conseguiu cativar os espectadores e fechou da melhor forma a festa, evidenciando uma forte personalidade artística,   seguido de MÁRIO HORTA MOREIRA e IBRALTINO COSTA,  2º e 3º lugares, respectivamente.   Estima-se em mais de cinco mil pessoas o público presente, nessa final, a que coube a abertura, por volta das 21h50mm , pelo vencedor da edição anterior. O 1º lugar, para além do prémio no valor de 45.000$00 (quarenta e cinco mil escudos) e uma taça, ganhou o direito de participar no XIII Festival Mundial da Juventude e Estudantes que decorreu na Coreia do Norte.

 

Os prémios sempre foram nota dominante para os vencedores das Finais Nacionais, para os quais contribuíram diversas instituições e particulares.

 

 DEPOIMENTO DE NEY FERNANDES

 

 

Se não me falha a memória, desde o ano 1982, até por volta do ano 1989, realizou-se entre sete a oito Edições do concurso Todo o Mundo Canta.

Na minha opinião, o todo Mundo Canta foi uma iniciativa feliz de massificação do canto e valorização de músicas tradicionais caboverdianas.

O local da 1ª Edição do concurso de vozes Todo o Mundo Canta, foi a cidade da Praia, mais concretamente, o Parque 5 de Julho, bem como as demais Edições que lhe sucederam. É que a ilha de Santiago tinha um maior número de concorrentes; de ponto de vista financeiro onerava menos a deslocação dos demais concorrentes para esta ilha; o Parque 5 de Julho era e é dos poucos espaços disponíveis em todo o Cabo-Verde com condições propícias; a pronta colaboração dos conjuntos Cimbodiana e Abel Djassy, vinculados à JAAC-CV e OPAD, respectivamente, bem como a disponibilidade em equipamentos sonoros. Afora disso, quer-me parecer que esses conjuntos estavam melhor adestrados para arranjos e acompanhamento dos concorrentes.

O concurso de vozes Todo o Mundo Canta trouxe ao público valores, em termos de vozes, que de outro modo dificilmente apareceriam. O canto era tido como privilégio para alguns.

O concurso de vozes Todo o Mundo Canta encorajou o surgimento de compositores entre a camada jovem e não será exagero dizer que deu uma contribuição inquestionável à nossa cultura musical.

Não gosto de falar de mim mesmo, mas o que posso assegurar é que eu, MANUEL DA CONCEIÇÃO DIAS FERNANDES (Ney Fernandes) e o JOSÉ FRANCISCO MONTEIRO BAPTISTA (Zé Kubala) -Professor de Música-, foram as pessoas que conceberam e projectaram o aludido concurso em Cabo-Verde. A JAAC-CV, terá acolhido, favoravelmente, o nosso projecto,  que passou a ser o evento cultural de maior peso e um fórum privilegiado para a valorização, transmissão e incentivo da nossas músicas tradicionais, sobretudo no seio da camada jovem. Constituiu , também, um elo de ligação e de comunicação com a nossa diáspora que enviou os seus representantes para diversos certames de vozes, ganhando, inclusive, algumas Edições. O contágio foi de tal forma, que passou-se a realizar Edições do concurso Todo o Mundo Canta para os mais pequenos, uma iniciativa também louvável.

 Os concorrentes primavam pela apresentação da Voz, Afinação, Compasso, letra e música, bem como as vestes. Cada interpretação trazia o seu colorido, vida e som, a que o grande público, em enchentes sucessivas, fazia questão de brindar calorosamente. Os mais infelizes eram apupados, com assobios por meio, arremesso de latas de refrigerantes, o atirar de moedas para o palco, o insuflar da camisinha de vénus e movimentação por entre a assistência, situação que desorientava os concorrentes, provocando grandes gargalhadas. Feliz aquele concorrente que de princípio conseguisse comunicar com a plateia que, irrompendo em aplausos e um misto de silêncio, deleitavam ao som de lindas vozes e melodias bem conseguidas. Uma palavra de reconhecimento aos conjuntos Cimbodiana e Abel Djassy que muito fizeram ao longo dessas Edições, quer musicalmente, quer como conjuntos acompanhantes, sobretudo, este último.